- Os dinossauros foram atingidos por dois asteroides em uma escala muito maior do que se pensava inicialmente.
- Um estudo publicado na Nature revelou detalhes do segundo asteroide que atingiu a Terra na mesma época do impacto que matou os dinossauros.
- A análise mostrou que o impacto dos asteroides causou tsunamis, terremotos e outras consequências devastadoras.
O que é pior do que levar um soco no rosto? Levar dois. Cientistas agora dizem que é praticamente isso que ocorreu com os dinossauros – mas em uma escala muito, muito maior. O asteroide que atingiu Chicxulub, no México, ainda é creditado com a extinção dos dinossauros, mas um segundo asteroide atingiu a cratera Nadir, na costa da Guiné, na África Ocidental, na mesma época, provando de uma vez por todas que a natureza realmente estava contra os pobres dinossauros.
Um novo estudo publicado na Nature revela a cratera de Nadir de uma forma como a ciência nunca havia visto antes. Liderados por Uisdean Nicholson, um geólogo da Universidade de Heriot-Watt, na Escócia, os cientistas utilizaram dados sísmicos 3D para medir o impacto e conseguiram determinar o tamanho do asteroide, seu ângulo de impacto, velocidade e os danos causados no leito marinho e na rocha subjacente.
“Há cerca de 20 crateras marinhas confirmadas em todo o mundo, e nenhuma delas foi capturada em detalhes como este. É requintado”, disse Nicholson ao Phys.org. “Esses dados permitem que possamos visualizar completamente em três dimensões e desvendar as camadas de rochas sedimentares para olhar para a cratera em todos os níveis. Entre outras coisas, o estudo provou que a cratera foi, de fato, o resultado de um impacto de asteroide e que ocorreu por volta do mesmo tempo do asteroide que matou os dinossauros, há 66 milhões de anos, no final do período Cretáceo. Portanto, enquanto o asteroide Chicxulub foi o responsável por matar os dinossauros, parece que ele pode ter tido uma ajuda do asteroide que atingiu a cratera Nadir.”
O asteroide teria atingido com uma violência incrível, deslocando a água na área por até um minuto. Talvez mais assustador seja o resultado detalhado do impacto, que os cientistas também conseguiram reconstruir. Segundo o estudo, o asteroide teria deslocado toda a água na área, lançando um enorme “trem de tsunamis” no Oceano Atlântico. O sedimento teria se precipitado para preencher o novo buraco causado pelo impacto, causando uma borda a se formar. Alguns dos sedimentos teriam sido vaporizados durante o impacto. Os tsunamis foram medidos impactando o leito marinho a até 20 quilômetros de distância.
A partir daí, um terremoto massivo teria causado danos abaixo do leito marinho, incluindo a liquefação da rocha subjacente em toda a área próxima à cratera. O tren de tsunamis eventualmente se desfaria e voltaria conforme a área era preenchida de água novamente. Além de tudo isso, os cientistas afirmam que o impacto teria causado distúrbios ionosféricos e radiação térmica. Grandes deslizamentos de terra teriam ocorrido conforme partes do planalto submarino afundavam ainda mais no oceano.
Felizmente para os humanos, esses tipos de impactos são extremamente raros. O maior impacto de meteoro na memória recente é o asteroide “super bolide” que explodiu sobre a Rússia em 2013. Existe uma chance muito pequena de que Bennu, um asteroide de tamanho similar, possa atingir a Terra por volta do ano 2300. A probabilidade disso acontecer é de cerca de uma em 1.750.