A tecnologia é ruim agora ou a magia acabou para mim? -CNET
Eu sempre fui um entusiasta apaixonado por tecnologia desde criança, quando me empolgava com gravadores de fita que usava para gravar “programas de rádio” em casa, relógios Casio com calculadoras integradas e o primeiro computador da minha família, o Acorn Archimedes. Nos últimos 12 anos trabalhei como escritor técnico para a CNET. Mas nos últimos anos as coisas mudaram e a tecnologia deixou de ser algo empolgante na minha vida para se tornar uma fonte real de frustração que me deixou menos animado com novas inovações.
Então fico me perguntando: a tecnologia mudou ou sou eu quem mudou? Não é que eu não goste mais de tecnologia, tenho quase certeza de que gosto. O problema é que muitos desses gadgets projetados para nos facilitar a vida e entreter na verdade não funcionam como deveriam.
Pegue por exemplo os consoles de jogos. Meu Xbox Series X é ótimo quando funciona. Mas na maioria das vezes quando estou com vontade de jogar, sou recebido por longas esperas enquanto enormes atualizações são baixadas tanto para o console quanto para o jogo que quero jogar. Até eu fazer um cafe e olhar pela janela enquanto as atualizações instalam, geralmente perco a vontade de jogar e faço outra coisa.
O mesmo acontece com o PS5. Fora os inúmeros jogos que são lançados basicamente quebrados, necessitando de grandes correções no primeiro dia. Estou falando de você, Cyberpunk 2077. Você sabe o que não precisa de atualizações e correções gigantescas? Meu jogo de scrabble.
Seria bom se não fossem as atualizações constantes. Também tenho tido problemas com fones de ouvido Bluetooth – os AirPods Pro 2, Anker Soundcore Liberty Air 2 Pro, OnePlus Buds Pro – que na maioria das vezes funcionam bem, mas de vez em quando um fone decide não se conectar e tenho que parar o que estou fazendo para emparelhar tudo de novo.
No Natal passado meu irmão me deu um toca-discos de vinil. Comprei então uma série de álbuns de algumas das minhas bandas preferidas, incluindo Periphery, Incubus e Royal Blood. Descobri que a experiência tem sido reveladora. Simplesmente coloco o disco, ponho a agulha e ele toca, sem precisar de conexões sem fio ou riscos de cair a conexão.
Também tenho curtido ouvir álbuns completos novamente, em vez de apenas adicionar algumas músicas a playlists ou colocar em reprodução aleatória no Spotify. Ir a lojas de discos procurar artistas específicos é mais satisfatório do que vasculhar o catálogo infinito do Spotify.
Será que é só com a idade? Ou a tecnologia realmente se tornou mais chata? Conexões que caem, atualizações e correções constantes, bugs em celulares que causam reinícios, aplicativos que travam, jogos lançados incompletos com promessas de correções futuras. O que aconteceu com a tecnologia apenas funcionando e facilitando nossas vidas?
Estou errado em me sentir frustrado quando as coisas não funcionam? Gosto de tecnologia e do que ela traz para nossas vidas. Gosto de jogos. Gosto de chamadas de vídeo com a família. Só quero que funcione direito e não fique me dando trabalho.
Bom, se me dão licença, vou voltar para minha poltrona confortável com meu chocolate quente e cobertor.