Um dos projetores favoritos do ano passado foi o BenQ HT2060. Ele oferece excelente performance para o preço, mas por outro lado não é tão brilhante quanto alguns projetores, e tem apenas resolução 1080p. Então surgiu o BenQ TK860i, que parece ser o resultado de alguém perguntando “E se fosse mais?”. As especificações certamente indicam uma versão aprimorada do HT2060. Ele tem 3.300 lúmens declarados, um aumento de quase 50% em relação ao HT2060, assim como resolução 4K. Como o HT2060, e ao contrário de muitos projetores similares, ele inclui um deslocamento de lente (embora não muito). O projetor também tem transmissão integrada, neste caso um dongle Android TV incluso. Não surpreendentemente, também é mais caro, com preço 80% maior que o HT2060, em US$ 1.800.
Após teste e comparação, o TK860i oferece detalhes aprimorados em relação ao HT2060, e é um ótimo projetor. Ele não é “80%” melhor, mas se o preço adicional não for problema, é uma evolução válida. Há zoom 1,3x e deslocamento de lente de +10%. O TK860i é um projetor compatível com HDR e 4K. Embora nenhum projetor possa explorar totalmente o HDR ou ampla gama de cores, ele não tem problemas significativos na reprodução de conteúdo HDR. A BenQ declara luminosidade de 3.300 lúmens. Eu medi impressionantes 1.942 lúmens no modo Brilhante, e 918 no modo Cinema mais preciso. (Para dar perspectiva, o projetor mais brilhante que já testamos teve apenas ligeiramente mais lúmens, em 2.098.) A razão de contraste foi aproximadamente 551:1, um pouco abaixo da média para DLP, mas melhor que LCDs nesta faixa de preço.
Embora o deslocamento de lente seja pequeno, apenas +10% verticalmente, ainda é mais do que a maioria dos DLPs mais baratos. Isso, junto com o zoom 1,3x, deve permitir um encaixe razoavelmente fácil na maioria dos cômodos. Eu esperava um pouco mais de zoom e deslocamento pelo preço, mas pedir isso dessa tecnologia nesta faixa de preço é bastante. Se precisar montar ou colocar o projetor especialmente próximo ou distante da tela, este não é o projetor indicado. O TK860i usa lâmpada tradicional, sem LEDs ou lasers. No modo Normal de lâmpada, a vida útil estimada é de 4.000 horas. A 4 horas de uso por noite, isso significa aproximadamente 2,5 anos antes de precisar trocar a lâmpada por US$ 149.
O painel traseiro do BenQ TK860i. Como muitos novos projetores, o TK860i vem com um dongle para streaming, neste caso um que usa Android TV. O dongle não vem pré-instalado. Pior, é necessário um chave de fendas para abrir a caixa e instalá-lo. Isso não é um grande problema, mas definitivamente é irritante. Também semelhante a outros projetores que incluem dongles, há dois controles remotos. Um só controla o projetor, o outro o streaming stick. Estranhamente, só o controle do projetor tem iluminação.
No painel traseiro do projetor há muitas entradas. Entendo a necessidade dos fabricantes de incluir mais recursos para justificar preços maiores, mas não vejo utilidade em três entradas HDMI em um projetor. Se há tantas fontes, deve-se usar um receptor ou switch HDMI separado. Não conecte três cabos HDMI longos no projetor. Há saídas de áudio analógica e digital e controle via RS-232 e gatilho 12v. Duas conexões USB ficam no painel traseiro, uma interna liga o dongle.
Comparei o TK860i a dois de nossos projetores favoritos, o próprio BenQ HT2060 e o Epson HC2350. O HT2060 é muito mais barato, pouco menos de US$ 1.000. Queria ver o que o preço adicional em relação ao HT2060 traria. O HC2350 está mais próximo do preço do TK860i, US$ 1.300 atualmente, e mais próximo da luminosidade declarada do BenQ (2.800 vs 3.300). Ele também é 4K. No entanto, é LCD – e US$ 500 a mais não é pouco. Por algum motivo, o Epson não se sai bem conectado a amplificador de distribuição (DA), então recebeu sinal separado, enquanto os BenQs compartilharam via DA. Troquei os materiais de fonte para não influenciar os resultados, e visualizei-os lado a lado em tela de 1,02m x 1,0 de ganho. Nem surpreendentemente, não houve perdedor – são três ótimos projetores, cada um com pontos fortes.
Em termos de precisão de cor, o TK860i fica um pouco atrás dos outros dois. Esses são destaque no campo, embora as cores do TK860i não estejam erradas, até no modo menos preciso. A grama parece um pouco demais verde, por exemplo. Melhora no modo Cinema mais escuro, mas ainda assim os outros apresentam cores um pouco melhores. Isso não é realmente um ponto fraco, mas o aspecto mais fraco do desempenho geral do TK860i. Em termos de luminosidade, o Epson e TK860i estavam muito próximos. Medi cerca de 100 lúmens a menos no BenQ, mas na prática a diferença é negligenciável.
Quando se trata de razão de contraste, um dos aspectos mais importantes, o TK860i fica no meio. A razão de contraste do HT2060 é cerca de 2,5x a do TK860i, em média 1.380:1 contra 551:1 do TK860i. A alta luminosidade do TK860i compensa parcialmente, de modo que a diferença lado a lado é menos perceptível do que poderia esperar. Porém, os pretos do HT2060 são muito mais profundos. As barras em filmes 2,35:1, por exemplo, são bem menos perceptíveis. Em detalhes, o TK860i é vencedor indiscutível, principalmente na comparação com o HT2060 em 1080p. Lado a lado é mais perceptível em detalhes de rostos, texturas em tecidos etc.
Em suma, o TK860i oferece performance excelente, é brilhante e tem contraste razoável e detalhes nítidos. Sua reprodução de cores não é perfeita, mas está dentro da média. A questão é o preço. Por ser tão bom, mantém a teoria de que US$ 1.000 é o ponto ideal de custo-benefício. Gastar mais oferece melhorias incrementais. Se disposto a pagar mais, há melhorias. Caso queira economizar, não é necessário gastar mais. Por US$ 1.600 atualmente, a escolha é fácil: o TK860i cria uma imagem linda. Se os extras US$ 600 ou US$ 800 forem muito, o HT2060 é