“Casa passiva” é um padrão de construção de alto desempenho focado em sustentabilidade. Prédio certificados como casas passivas podem manter seu clima e temperatura internos sem um sistema ativo de aquecimento ou resfriamento.
Para otimizar a eficiência energética, o conforto e a qualidade do ar, casas passivas “usam mais isolamento, melhores membranas e menos pontes térmicas”, diz Oliver David Krieg, diretor de tecnologia da Intelligent City. “Pode parecer e se sentir como qualquer outra casa”, com algumas diferenças-chave, como paredes mais espessas. O resultado é um prédio que usa 90% menos energia, o que se traduz em economia de custos e menor pegada de carbono.
O conceito moderno da casa passiva foi popularizado na Alemanha. A primeira casa passiva foi implementada em Darmstadt em 1990, e o Instituto Passivhaus da Alemanha foi fundado em 1996. Desde então, o conceito se expandiu para dezenas de países e zonas climáticas em todo o mundo. Os Estados Unidos criaram seu próprio Instituto Passivhaus dos EUA, ou Phius, em 2003.
Um prédio deve atender a critérios rígidos para se tornar certificado como casa passiva. Por exemplo, não pode usar mais do que uma certa quantidade de energia a cada ano e deve passar por um teste de vedação à pressão do ar.
Casas passivas são superisoladas e praticamente vedadas para maximizar a qualidade do ar e manter um clima confortável — sem usar fontes ativas de aquecimento e resfriamento. Confira como isso é feito:
Toda parte de uma casa passiva — a fundação, laterais, portas, janelas e telhado — é revestida com isolamento. Esse envelope protetor torna a casa mais silenciosa, reduz as necessidades de aquecimento e resfriamento, mantém o prédio confortável e evita o crescimento de bolor. Também impede a entrada de coisas como poeira, insetos e roedores.
Construtores então procuram maneiras de evitar pontes térmicas, que são áreas que conduzem calor e retêm umidade. Por exemplo, em um dia quente e ensolarado, “o reboco de sua casa aquece, e esse calor se transmite pelos fixadores que prendem o reboco, no seu sistema de estrutura, no seu drywall”, disse Lucas Johnson, cientista da construção e consultor da Vali Homes. “E mesmo com isolamento lá dentro, você basicamente contornou esse isolamento com a ponte térmica.” Coisas como pequenas rachaduras, janelas ineficientes e isolamento ruim também podem agir como pontes térmicas. A energia também pode vazar por fixadores, saídas, caixas de junção, montantes e encanamentos. E se a umidade se infiltra, pode levar a bolor ou outros danos estruturais. Casas passivas são projetadas para eliminar essas pontes térmicas usando estruturas simples e muitíssimo isolamento.
Casas passivas também são projetadas para serem o mais vedadas possível. Isso impede que o ar quente escape no inverno e o ar fresco escape no verão. No entanto, “as coisas podem dar errado se o prédio não tiver capacidade de secagem porque você basicamente o envolveu em um saco plástico”, disse Johnson.
Por isso, casas passivas usam outro recurso, chamado “ventilação balanceada com recuperação de calor e umidade”. Basicamente, uma máquina empurra ar viciado para fora constantemente e puxa ar fresco para dentro, melhorando a qualidade do ar interno e impedindo que a umidade se acumule. O sistema de ventilação recupera e redistribui o calor no processo, o que ajuda a manter a temperatura estável dentro de casa.
Casas passivas também usam a posição do prédio e suas janelas para aproveitar sombra e luz solar. Maximizam a sombra no clima mais quente e capturam e retêm calor quando faz frio. A orientação das janelas também permite entrada de luz natural, reduzindo a necessidade de luz artificial. Essas janelas também são isoladas e com vidros duplos ou triplos para controlar os níveis de umidade e ajudar a estabilizar a temperatura interna.
Casas passivas não requerem um tipo específico de combustível — podem usar energia renovável, como painéis solares, ou combustíveis fósseis como gás natural, propano, óleo ou carvão. De qualquer forma, a casa passiva usará o combustível de forma eficiente para manter o consumo anual de energia abaixo de um nível pré-especificado.
Casas passivas que geram energia renovável recebem um reconhecimento especial como “Casa Passiva Mais”. Você pode, por exemplo, instalar painéis solares que forneçam energia para sua casa fora da rede elétrica. Isso potencialmente pode reduzir sua conta de serviços públicos para R$ 0. Se os painéis gerarem eletricidade extra, você pode acumular créditos para compensar futuras contas de energia por meio da compensação líquida.
“Ainda assim, muito poucas utilities na América enviariam ao proprietário um cheque pelo excesso de energia gerada solar”, diz Phil Roth, líder de vendas técnicas da Lumin, empresa que produz quadros elétricos inteligentes. “Mesmo as que enviarão dinheiro pelo excesso de geração solar geralmente fornecerão crédito apenas na taxa no atacado, consideravelmente menor do que a taxa no varejo”.
O preço médio de venda em novas construções residenciais era de R$ 430.300 em agosto de 2023. Se você está no mercado por uma propriedade de construção personalizada – cerca de 21% das novas casas unifamiliares em 2022 se encaixam nessa categoria – pode valer a pena construir uma casa passiva. Embora casas personalizadas geralmente sejam mais caras do que propriedades existentes, é mais fácil implementar padrões de casa passiva em novos empreendimentos, disse Krieg.
Não precisa quebrar o banco também. Uma construção passiva normalmente custa apenas 3% a 5% a mais do que uma construção convencional equivalente. Casas passivas podem mesmo ser custo neutro, disse Johnson, se você contratar uma equipe experiente. Qualquer custo extra que você absorver pode ser recuperado das drásticas economias de energia da casa. Sua propriedade também pode valer mais para compradores futuros sempre que você vender.
Se não puder ou não quiser construir uma nova, ainda há formas de retrofitar sua casa existente aos padrões da Casa Passiva.
No entanto, o conceito inteiro da casa passiva não é