Eddington obtém a pandemia certa, mas ainda não é um ótimo filme
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Resumo:
- O filme “Eddington”, dirigido por Ari Aster, retrata de maneira fiel e hilária os primeiros dias da pandemia de COVID-19.
- Joaquin Phoenix estrela como o xerife Joe Cross, um personagem que se rebela contra as medidas de precaução contra o vírus.
- O filme tenta ser um microcosmo dos problemas dos Estados Unidos, mas falha em aprofundar suas críticas.
- Apesar de contar com um elenco talentoso, incluindo Pedro Pascal e Emma Stone, o filme acaba sendo mais estilo do que substância.
O filme “Eddington”, dirigido por Ari Aster, é uma tentativa ambiciosa de capturar o clima caótico e ansioso dos primeiros dias da pandemia de COVID-19. Com Joaquin Phoenix no papel principal, o longa-metragem se passa em uma pequena cidade fictícia no Novo México, onde as precauções contra o vírus desencadeiam uma série de conflitos e absurdos.
Phoenix interpreta o xerife Joe Cross, um homem que rejeita veementemente as medidas de segurança impostas pelo estado. Ele não é um conservador típico, mas alguém que vê a obrigatoriedade do uso de máscaras como uma afronta à sua liberdade individual, especialmente por sofrer de asma. Ainda que o coronavírus não tenha chegado à cidade de Eddington, a tensão gerada por filas em supermercados, desinformação online e mandatos de uso de máscaras já domina o cotidiano dos moradores.
O filme tenta ser um espelho dos problemas enfrentados pelos Estados Unidos, mas a abordagem de Aster acaba sendo muito superficial. Embora as críticas sociais e políticas estejam presentes, elas são tratadas de forma tão ampla que perdem o impacto. No entanto, o filme brilha em seus detalhes mais sutis, especialmente na construção dos personagens que habitam a cidade.
O elenco é um dos pontos altos de “Eddington”. Pedro Pascal, como o prefeito Ted Garcia, se esforça para vender o futuro da cidade para a construção de um gigantesco centro de dados de inteligência artificial. Emma Stone interpreta Louise, a esposa de Cross, que tem uma estranha paixão por fazer bonecas assustadoras. Deirdre O’Connell assume o papel de Dawn, uma teórica da conspiração viciada em vídeos do YouTube, enquanto Austin Butler aparece como Vernon, um líder de seita com tatuagens que remetem a um pastor da Hillsong.
Apesar da construção criativa e do talento do elenco, “Eddington” acaba sendo mais estilo do que substância. O filme evoca de maneira competente o caos de 2020, mas falha em oferecer uma análise profunda ou lições aprendidas daquela época. É uma obra que, embora tecnicamente bem executada, deixa o espectador com a sensação de que poderia ter explorado muito mais seu rico potencial.
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