Os preços das baterias de lítio-íon caíram 10% em Agosto, o que pode ajudar a reduzir o custo dos veículos elétricos que elas alimentam para chegarem ao patamar dos automóveis movidos a gasolina. As baterias representam um importante fator no custo mais elevado dos veículos elétricos no momento da compra. Mas o preço médio para as baterias caiu para US$ 98,20 por quilowatt-hora no mês passado, segundo a empresa de análise de energia Benchmark Mineral Intelligence, a primeira vez em dois anos que ficou abaixo de US$ 100.
A Benchmark disse que os preços dos pacotes de baterias precisam atingir US$ 100 por quilowatt-hora para os veículos elétricos alcançarem a paridade de preço com seus equivalentes fósseis. “Os preços decrescentes das células poderiam permitir que os fabricantes originais vendam veículos elétricos de massa a preços comparáveis aos veículos a combustão, com a mesma margem, melhorando a atratividade da transição para veículos elétricos tanto para consumidores quanto para fabricantes”, disse o analista Evan Hartley da Benchmark em um comunicado.
Há uma década, as baterias de lítio-ion custavam em média US$ 668 por quilowatt-hora. Em março de 2022, estavam em US$ 146,40, caindo outros 33% para atingir a média de agosto. Segundo a empresa de inteligência de mercado TrendForce, “uma contínua queda de preços gradual [deve ser] esperada para o restante do ano”. Subsídios governamentais, maior concorrência, melhorias na química das baterias e os materiais brutos usados para fabricá-las ficarem menos caros são alguns dos inúmeros fatores impulsionando a redução, dizem especialistas.
O preço do lítio caiu mais de 50% desde o início de 2023, e o custo do níquel e cobalto também declinou significativamente. Há também o fato de que a demanda por veículos elétricos está crescendo mais lentamente do que a indústria havia previsto: em junho, os fabricantes de carros dos EUA tinham quase 100 dias de veículos elétricos não vendidos em seus pátios, informou a Cox Automotive, mais de três vezes o número de um ano atrás.
Além dos veículos elétricos, as baterias de lítio-íon recarregáveis são encontradas em tudo, desde smartphones e laptops até escovas de dentes elétricas e dispositivos de vaping. Elas também são usadas no armazenamento de energia solar, e a queda de preço pode estimular o interesse dos consumidores em configurações de painéis solares mais baterias para suas casas.
Em agosto, geólogos relataram sobre grandes depósitos de lítio descobertos dentro da caldeira de McDermitt, um supervulcão extinto localizado na fronteira entre Nevada e Oregon. O vazio em forma de caldeira pode conter até 40 milhões de toneladas métricas de lítio extraível, tornando-o o maior depósito do mundo. Se for assim, isso poderia ser suficiente para atender à demanda global por baterias por décadas, de acordo com o Independent. “Isso pode mudar a dinâmica do lítio globalmente, em termos de preço, segurança no suprimento e geopolítica”, disse a geóloga belga Anouk Borst à Chemistry World. “Os EUA teriam seu próprio suprimento de lítio e as indústrias ficariam menos assustadas com possíveis escassezes no fornecimento”.