Comentário: Tudo simplesmente não funciona como pretendido.
Forspoken deve ter muito a seu favor. Possui escritores de primeira linha, compositores premiados e a equipe de desenvolvimento por trás de Final Fantasy XV. O resultado, no entanto, simplesmente não funciona como pretendido, resultando em uma experiência sem brilho que não vale o seu tempo.
O jogo parece ter uma década – e não de uma maneira boa e retrô.
A editora Square Enix fez questão de colocar na frente e no centro que Forspoken foi escrito por alguns escritores de renome, incluindo Amy Henning, que escreveu a série Uncharted, e Gary Whitta, que co-escreveu Rogue One: A Star Wars Story. Mas a história é desagradável, pois tenta forçar momentos emocionais com quase nenhum acúmulo, ao mesmo tempo em que é dolorosamente óbvio sobre o que acontecerá a seguir.
Os jogadores assumem o papel de Alfre “Frey” Holland, um pequeno criminoso que cresceu nas ruas de Nova York, mas sonha em deixar a cidade por uma vida melhor. Ela se depara com um bracelete mágico, ou vambrace, que a transporta para outro mundo chamado Athia.
O que se segue é a sua experiência típica de “peixe fora d’água”. Frey é uma heroína relutante que usa sua experiência e bom coração para salvar as pessoas de uma misteriosa força corruptora conhecida como Break. A narrativa é tão artificial que as tentativas de inserir o que deveria ser um evento emocional chocante acabam fracassando.
Depois, há Cuff, o avambraço mágico que dá poderes a Frey e atua como seu companheiro. Houve uma clara tentativa de desenvolver um vai e vem espirituoso entre Frey e Cuff, mas, novamente, é excessivamente telegrafado. Frey diz algo que ela diria na Terra. Cuff fica confuso com o significado. Essa é a essência do diálogo entre os dois.
Os visuais de Forspoken também são surpreendentemente corriqueiros. Embora existam opções para ativar o traçado de raios e configurações gráficas de “qualidade” de alta resolução no PS5, o jogo ainda parece pouco inspirado. Com exceção de Frey, todos os outros modelos de personagens são monótonos e sem vida. Os inimigos são repetitivos com quase nenhum detalhe notável. Tudo parece carente e desatualizado.
Isso vale duplamente para o mundo aberto do jogo. Forspoken tem um grande mapa para explorar, mas tudo parece igual. Não há um ponto de vantagem em que me sinta compelido a simplesmente parar e apreciar a paisagem. É estranho ver gráficos tão datados para um jogo lançado em 2023.
Se há uma luz brilhante para Forspoken, é sua acessibilidade. O combate é simples. Frey tem acesso a feitiços de ataque e feitiços de suporte, mapeados para cada gatilho, bem como um botão de esquiva. Existem opções para trocar os feitiços automaticamente em vez de esperar por cooldowns, permitindo que você se cure quando necessário e se esquive no momento certo. Embora o combate não seja dos melhores, posso ver que Forspoken pode ser um jogo envolvente para jogadores menos experientes.
Infelizmente, esses jogadores terão que lidar com uma interface de usuário dolorosamente lenta. Existem pausas constantes em que o jogo precisa abrir o menu para todas as peças de conhecimento coletadas ao longo do jogo. Nas batalhas, quando mais inimigos aparecem, há uma cena para mostrá-los se aproximando que mata o fluxo do combate, o que é frustrante e confuso considerando o hardware que alimenta o jogo.
Nas mais de 10 horas que passei jogando Forspoken, não consegui encontrar um aspecto do jogo que me obrigasse a jogar mais (além de escrever esta resenha). Se o combate fosse mais útil ou a história fosse convincente, talvez eu d tem um motivo para ficar por aqui. Mas isso não.