Fujifilm GFX100RF Revisão: um sensor, nove câmeras

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Resumo dos principais tópicos:

  • A Fujifilm GFX100RF é apresentada como uma câmera de formato médio que prioriza a flexibilidade.
  • Possui um sensor de 102MP e um dial para selecionar diferentes proporções de imagem.
  • Oferece modos de “zoom” digital, emulando diferentes distâncias focais.
  • Design compacto com controles físicos intuitivos, característicos das câmeras Fujifilm.
  • As desvantagens incluem uma abertura de f/4 e a ausência de estabilização de imagem no corpo.

Apresentando a Fujifilm GFX100RF: Uma câmera, nove possibilidades. David Imel nos traz uma análise completa da nova câmera de formato médio da Fujifilm, que promete revolucionar a forma como pensamos sobre flexibilidade em fotografia.

Se a Apple impressionou com o iPhone 15 Pro e suas “sete lentes em um bolso”, a Fujifilm eleva essa ideia a um novo patamar. Imagine ter nove câmeras e quatro lentes diferentes condensadas em um único e elegante corpo. Essa é a proposta da GFX100RF.

Esqueça a ideia de que esta é apenas uma versão ampliada da popular X100VI. Enquanto câmeras de lente fixa como a X100VI impõem limitações que estimulam a criatividade, a GFX100RF abraça a versatilidade. Com um sensor de 102MP, um dial de proporção inédito e quatro modos de “zoom” digital, a Fujifilm busca simplificar seu equipamento sem sacrificar a qualidade.

A marketing photo of Fujifilm’s GFX100RF camera.

A GFX100RF se destaca como a câmera de formato médio mais compacta da Fujifilm até o momento. Com o mesmo sensor da GFX100II, essa câmera de US$4.900 entrega a mesma experiência tátil e cores vibrantes que consagraram a marca. Se você é fã das câmeras Fujifilm, a GFX100RF certamente irá te encantar.

A grande novidade é o dial de proporção, um recurso físico que permite escolher entre nove formatos de imagem diferentes. Para os amantes das câmeras de filme antigas, esse dial é um verdadeiro deleite, já que as proporções são inspiradas em câmeras clássicas da Fujifilm. As opções incluem 4:3, 3:2, 16:9, 17:6, 3:4, 1:1, 7:6, 5:4 e a icônica 65:24, uma homenagem à lendária câmera panorâmica TX-1.

Taken on the GFX 100RF.

Foto tirada com a GFX 100RF.

Para compensar a ausência do visor híbrido encontrado na X100VI e X-Pro3, a Fujifilm adicionou três modos de visualização que auxiliam na composição com as diferentes proporções. É possível visualizar a cena completa com linhas de enquadramento, usar um modo de opacidade de 50% que mostra o que está fora do quadro ou optar por um modo blackout que exibe apenas o corte selecionado.

Após um mês de testes, Imel se pergunta por que todas as câmeras não possuem um dial como esse. A capacidade de alternar entre diferentes proporções durante a composição se mostrou incrivelmente útil, transformando fotos “boas” em imagens “fantásticas” com o simples ajuste do corte.

É importante notar que, ao cortar a imagem, a resolução também é reduzida. No entanto, mesmo na proporção mais estreita, 65×24, você ainda terá um arquivo de 50MP. E se você fotografa em RAW e edita no Adobe Lightroom, os arquivos serão importados já com o corte, mas com a opção de retornar à imagem completa em 4:3.

Taken on the GFX 100RF.

Foto tirada com a GFX 100RF.

A alta resolução do sensor também permite o uso de quatro distâncias focais virtuais, que cortam o centro do sensor para simular diferentes campos de visão. As opções incluem 35mm, 45mm, 63mm e 80mm, equivalentes a 28mm, 35mm, 50mm e 63mm em full-frame. Naturalmente, esses modos de “zoom” também reduzem a resolução, com a distância focal de 80mm resultando em uma imagem de 9MP no formato 65×24.

Para facilitar o zoom, a Fujifilm adicionou um pequeno botão na parte frontal da câmera, semelhante aos encontrados em filmadoras antigas. Além disso, um dial texturizado pode ser remapeado, o que, curiosamente, não veio configurado por padrão na unidade testada.

A GFX100RF parece ter sido projetada para fazer tudo, desafiando as expectativas em relação a câmeras de lente fixa. No entanto, ela também apresenta duas limitações importantes: uma abertura relativamente lenta de f/4 e a ausência de estabilização de imagem no corpo.

Taken on the GFX 100RF.

Foto tirada com a GFX 100RF.

Uma abertura de f/4 em um sensor de formato médio equivale a cerca de f/3.16 em uma câmera full-frame. Embora não seja terrível, essa limitação se fez sentir durante os testes. Uma abertura menor significa menos luz no sensor, o que exige o aumento do ISO ou a redução da velocidade do obturador. Em câmeras como a Fujifilm X100VI, com estabilização de imagem, é possível fotografar com velocidades de obturador de até um segundo sem trepidação. Na GFX100RF, no entanto, a menor velocidade utilizável sem tripé foi de 1/30, ou 1/15 em condições ideais.

Para quem sempre carrega um tripé, como o autor da análise, essa não é uma grande preocupação. No entanto, a Fujifilm posiciona essa câmera como a melhor opção para o dia a dia, e sem uma lente mais luminosa ou estabilização de imagem, fotografar em condições de pouca luz pode ser um desafio, a menos que você esteja disposto a usar valores de ISO muito altos. Nesses casos, Imel recorreu à simulação de filme preto e branco Acros, que já possui uma granulação característica.

É compreensível a decisão da Fujifilm de não incluir estabilização de imagem na GFX100RF. A câmera é apenas um pouco maior que a X100VI, e talvez a empresa ainda não tenha desenvolvido um sistema de estabilização compacto o suficiente para esse corpo. Além disso, com um preço de US$4.899, a GFX100RF é mais acessível do que outros modelos GFX da Fujifilm, e ainda inclui uma lente.

Taken on the GFX 100RF.

Foto tirada com a GFX 100RF.

A decisão de usar uma abertura de f/4 é o que mais intriga. A lente em si é surpreendentemente pequena, menor do que qualquer outra lente GF da Fujifilm. No entanto, a Fujifilm inclui um para-sol e um anel adaptador de filtro na caixa, que juntos triplicam o tamanho da lente, tornando-a quase tão grande quanto a lente da Leica Q3. Nesse caso, por que não criar uma lente maior e mais luminosa?

Inevitavelmente, a GFX100RF será comparada à Leica Q3, já que até recentemente, a Q3 era praticamente a única opção de câmera de lente fixa com sensor grande. A Fujifilm supera a Leica com seu dial de proporção versátil e altíssima resolução, mas a Leica oferece uma lente f/1.7 mais rápida e estabilização de imagem. A escolha entre as duas dependerá do seu estilo de fotografia. De qualquer forma, é bom ter mais uma opção no mercado.

Imel adorou testar essa câmera. Compor todos os aspectos da imagem diretamente na câmera é uma experiência gratificante, e ele aprecia os dials físicos. No entanto, para uma câmera que se propõe a fazer tudo com uma única lente, um tripé será indispensável.

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