Mais pessoas deveriam assistir a este documentário comovente no Disney Plus –

É uma reflexão lindamente feita sobre a perda.

Lembre-se daquela época em que os documentários sobre escalada estavam por toda parte.

Houve Free Solo. Esse é o exemplo mais famoso. Free Solo fez mais do que apenas ganhar um Oscar em 2018, inspirou uma série de recomendações boca a boca de seu público apavorado (mas compelido). Foi enorme!

Mas Free Solo não estava sozinho. No mesmo ano, Josh Lowell e Peter Mortimer lançaram The Dawn Wall, um documentário fantasticamente produzido focado na primeira subida livre de Tommy Caldwell e Kevin Jorgeson da última grande face não escalada de Yosemite. Houve outros também: The Alpinist, atualmente disponível para transmissão no Prime Video, seguiu Marc-André Leclerc, um alpinista canadense que morreu tragicamente enquanto escalava a Face Norte das Torres Mendenhall, no Alasca.

Torn, no Disney Plus, é um documentário que enfoca as consequências da tragédia. Em 1999, Alex Lowe, um alpinista americano na vanguarda do montanhismo, foi pego por uma avalanche no Monte Shishapangma, no Tibete. Seu parceiro de escalada, o lendário Conrad Anker, que o acompanhou nessa viagem, sobreviveu por pouco à mesma avalanche.

Após a morte de Lowe, Anker se comprometeu a cuidar da esposa e dos filhos de Lowe em caso de falecimento de Lowe. E, incrivelmente, após a morte de Lowe, Anker e a viúva de Lowe se apaixonaram. No final das contas, o casal criou os filhos pequenos de Lowe juntos. Hoje, todos os filhos de Lowe chamam Conrad Anker de “pai”.

Torn é um documentário intrincado e delicadamente feito sobre essa jornada e seus impactos.

Dirigido pelo filho mais velho de Alex Lowe, Max Lowe, Torn é uma história pessoal, principalmente sobre o efeito dos esportes de aventura de alto risco e as lacunas deixadas para trás quando um querido membro da família morre repentinamente. Ele também faz perguntas difíceis a seus súditos: Por que arriscar a morte quando uma família de crianças pequenas depende de você?

É claro que o diretor Max Lowe idolatra seu pai já falecido, mas também idolatra Anker, o homem que o adotou após a morte de seu pai. Anker continua a subir depois de testemunhar a morte de Lowe em primeira mão. Esse é outro tópico que se entrelaça ao longo deste documentário: como Anker anda na corda bamba? Como ele justifica isso? Sua morte, sem dúvida, esmagaria uma unidade familiar já frágil, mas ele continua a subir na ponta afiada. Grande parte do filme explora a necessidade de navegar pelo risco, mas ainda permite que as pessoas tenham espaço para perseguir suas paixões diante de tudo o que é razoável.

Independentemente disso, Torn é um retrato simpático de Anker. É também um retrato comovente de uma família que, mais de 20 anos após a morte de Lowe, ainda parece estar em recuperação. O documentário termina de forma brilhante. Não vou estragar o final, mas basta dizer que Torn é um estudo obrigatório sobre uma tragédia inimaginável e o que vem a seguir.

Apesar de ganhar alguns prêmios, Torn nunca recebeu o público que Free Solo ou mesmo The Alpinist fizeram, apesar de ser – para mim – um companheiro perfeito para ambos os filmes. Tanto Free Solo quanto The Alpinist lidam com o conceito de risco e mortalidade em vários graus e ambos o fazem bem, mas Torn se aprofunda nesses temas de uma maneira que esses filmes nunca poderiam. Por esse motivo, é uma visualização essencial. Um rápido aviso com antecedência: isso vai quebrar seu coração.