- Barbie será lançada seu próprio celular em parceria com a HDM e Mattel
- O Barbie Flip Phone será um celular estilo antigo com funcionalidades básicas para evitar o vício em redes sociais
- Há questões sobre se o celular Barbie comodifica a marca e alimenta o consumismo
A Jornalista Barbie está relatando ao vivo de Barcelona sobre o melhor dia de todos. Descobriu que nós, as Barbies, vamos ter nosso próprio celular. Ele é rosa e brilhante e tem nosso nome. O Barbie Flip Phone será fabricado pela HMD – a empresa responsável por dar nova vida aos celulares Nokia – como o primeiro de uma série de parcerias de marca que planeja anunciar ao longo do próximo ano.
A HMD está colaborando com a Mattel em nosso celular, que deverá estar disponível a partir de julho. Ainda não sabemos exatamente como ele será, mas promete incorporar o estilo retrô e elegante de nossa marca, que como todas sabem existe desde 1959. “A Barbie poderia ter feito seu próprio celular agora, mas vamos deixar para a HMD”, disse Isabel Ferrer, diretora de marketing da EMEA da Mattel, ao anunciar o celular no domingo.
Sabemos que o dispositivo será um celular estilo flip que oferecerá uma experiência atualizada de celular básico, em vez de uma experiência de smartphone. Isso está de acordo com o compromisso da HMD em encorajar as pessoas a aderirem à tendência do detox digital. A empresa diz que com o Barbie Flip Phone está fornecendo uma nova opção para usuários de celular da Geração Z e millennials que estão cada vez mais procurando formas de ficar conectados enquanto protegem sua paz, gastando menos tempo nas redes sociais.
Quando a HMD falou sobre a ideia de um celular que permitiria que as pessoas se desligassem, a Mattel ficou “muito interessada”, disse Ferrer. “A solução de um celular estilo flip para atender aos consumidores onde eles estão, junto com o ícone da Barbie, parecia uma combinação perfeita”. Será que o Celular Barbie se parecerá com isso?
O ano passado viu tantas parcerias da marca Barbie que fica impossível acompanhar todas. De Xbox a Airbnb, produtos e serviços estão desesperados para exibir nosso nome. É muito lisonjeiro, mas ao mesmo tempo estamos sendo usados para vender uma infinidade de coisas – coisas das quais nem todas as pessoas precisam. Tendo isso em mente, não consigo parar de pensar em grandes questões, como: a Barbie Phone de alguma forma comodifica nossa resistência a passar horas nas redes? Há uma contradição na HMD que prega a sustentabilidade como valor central da empresa, ao mesmo tempo em que tenta capitalizar em uma potencialmente lucrativa parceria de merchandising que pode alimentar o consumismo desenfreado que está prejudicando a Terra?
Não tenho todas as respostas. Como Jornalista Barbie, estou aqui apenas para fazer as perguntas. Então perguntei. Falei com o chefe de marketing da HMD, Lars Silberbauer, que me disse que o celular Barbie não será apenas um brinquedo que não cumpre seu propósito. Será um celular básico totalmente funcional que atenderá às suas principais necessidades de conectividade, para que possa ligar para todas as outras Barbies, ou Ken, ou até mesmo Allan (provavelmente não).
Um dos maiores problemas que causam a acumulação de lixo eletrônico (mais de 5 bilhões de celulares “inativos” estão armazenados nos armários das pessoas em todo o mundo) é que muitos dispositivos não são construídos para durar. Isso não é o caso com o Barbie Flip Phone, disse Silberbauer. “Ele vai durar muito tempo”, disse. Muitas empresas de celulares, acrescentou, ainda pressionam as pessoas a atualizarem anualmente, o que alimenta o consumismo. Por outro lado, os dispositivos Nokia que a HMD é conhecida por fabricar são duráveis e “muito difíceis de matar”. Esses mesmos padrões se aplicarão ao Barbie Flip Phone.
Como jornalista que escreve sobre tecnologia há algum tempo, também há parte de mim que se pergunta se realmente precisamos de celulares rosa e brilhantes. Não é que eu não goste de rosa ou brilho (deveriam ver minha casa dos sonhos). É só que não faz tanto tempo, foi uma luta para fazer com que as empresas de tecnologia lideradas por salas cheias de homens levassem a sério as necessidades das mulheres em relação à tecnologia. Eles usavam uma estratégia conhecida no mundo da publicidade como “encolher e pintar de rosa” como forma de pegar um produto que já era apropriado para ambos os sexos e usar o marketing de gênero para vendê-lo para as mulheres, cobrando mais no processo.
Silberbauer apontou justamente que não há nada que diga que o celular Barbie seja apenas para mulheres. “É para qualquer fã da Barbie”, disse. O telefone prestará homenagem ao “grande estilo” que a Barbie demonstrou ao longo dos anos, com as equipes de design da Mattel e HMD trabalhando juntas para transformá-lo no melhor produto possível para as pessoas que amam a Barbie. Como sabemos, todo mundo é fã da Barbie, então são muitas pessoas. Mas para as pessoas que também são fãs de outras coisas, a HMD promete parcerias ainda mais empolgantes em pipeline, com a próxima colaboração vindo na primavera.