Para a comunidade de deficientes, o futuro da IA é terrível – The Verge
- O texto aborda o uso da inteligência artificial para auxiliar pessoas com deficiência no envio de comentários sobre mudanças propostas no censo dos EUA.
- Dependendo de quem contabiliza, de 12,6% a 25% da população tem algum tipo de deficiência.
- A inteligência artificial pode ter efeitos positivos na comunidade de pessoas com deficiência, mas geralmente o futuro da IA e da deficiência parece bastante sombrio.
O texto original está em inglês e aborda como um pesquisador, Matthew Cortland, criou um assistente bot do GPT-4 para auxiliar pessoas com deficiência a enviarem seus próprios comentários sobre mudanças propostas no Censo dos Estados Unidos, que poderiam reduzir drasticamente o número de americanos contabilizados como deficientes. Uma pessoa disse ao pesquisador que “O bot permitiu que eu produzisse o tipo de comentário que sempre quis produzir. Existe muita névoa cerebral para eu conseguir fazer isso agora.”
Dependendo da fonte, de 12,6% a 25% da população tem algum tipo de deficiência, que pode ser física, intelectual ou cognitiva, ou doenças crônicas. A inteligência artificial, seja através de processamento de linguagem natural, visão computacional ou IA gerativa como o GPT-4, pode ter efeitos positivos na comunidade de deficientes, mas geralmente o futuro da IA e da deficiência parece sombrio.
O texto cita Joshua Earle, professor assistente da Universidade da Virgínia, que relaciona a história do eugenismo com a tecnologia, dizendo que “A maneira como a IA é frequentemente tratada e usada é basicamente frenologia com matemática”. As pessoas não familiarizadas com a deficiência têm visões negativas moldadas por mídia, cultura popular, estruturas regulatórias e pelas pessoas ao seu redor, vendo a deficiência como um déficit em vez de uma identidade cultural.
O texto ilustra esta atitude nos debates sobre racionamento de cuidados no auge da pandemia de covid-19. Também aparece na forma de anos de vida ajustados pela qualidade (QALY), uma ferramenta de “custo-efetividade” auxiliada por IA usada em ambientes de saúde para determinar “qualidade de vida” por meio de métricas externas, não pelo valor intrínseco da vida de alguém. Por exemplo, a incapacidade de sair de casa pode ser contada contra alguém, assim como uma doença degenerativa que limita a atividade física ou a empregabilidade.
O texto conclui dizendo que o potencial da IA é que a automação torne o trabalho mais fácil, mas o quê exatamente está sendo facilitado? Em 2023, uma investigação da ProPublica revelou que a gigante de seguros Cigna usava um algoritmo interno que automaticamente marcava pedidos de cobertura, permitindo que médicos aprovassem recusas em massa, que atingiam desproporcionalmente pessoas deficientes com necessidades médicas complexas. O uso criativo do GPT-4 pelo pesquisador Cortland para auxiliar deficientes no processo político é um exemplo de como, em boas mãos, a IA pode se tornar uma valiosa ferramenta de acessibilidade.
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