Paralisia do sono: alucinei uma aranha gigante, mas meu médico disse que estava tudo bem

Eu acordei de um sonho uma manhã quando estava no início dos meus 20 anos, e no meu teto eu vi uma aranha impossivelmente enorme se arrastando em minha direção. Eu teria gritado ou pulado da cama se meu corpo não tivesse ficado completamente paralisado. Após alguns momentos, eu pude mexer meus membros. A aranha de 2 metros de largura desapareceu.

Apesar de quão estranho isso parece, eu não estava tendo um colapso mental quando isso aconteceu comigo há muitos anos. Era paralisia do sono — me imobilizando no lugar e me confrontando com uma alucinação assustadora — e meu neurologista disse que não era grande coisa.

A paralisia do sono geralmente ocorre quando acordamos deitados de costas, enquanto nosso corpo ainda está imobilizado da fase de sonho do sono. Você não consegue se mover um músculo, por qualquer lugar de alguns segundos a vários minutos.

Algumas pessoas também têm alucinações, sentindo que alguém ou algo maligno está no quarto. Embora as alucinações variem, muitas pessoas já viram um intruso no quarto ou sentiram que alguém estava pesando sobre eles na cama, com consistência surpreendente entre culturas e períodos de tempo. Na Europa medieval, as pessoas acreditavam em íncubos, ou demônios malignos que deitavam em cima das pessoas durante o sono. O termo japonês para paralisia do sono é “kanashibari”, que significa “amarrado”. E meu favorito pessoal, um conceito de Hong Kong, é chamado “opressão de fantasma”.

De acordo com pesquisas do sono, cerca de 8% das pessoas experimentam paralisia do sono, embora estudos individuais tenham colocado o número entre 5% a 62%. Algumas pessoas experimentam paralisia do sono com frequência de até uma vez por semana, e outras apenas ocasionalmente.

Já que a paralisia do sono por si só não atrapalha em levar uma vida saudável e feliz, é apenas mais uma coisa estranha que o cérebro humano pode fazer, disse Rafael Pelayo, professor de psiquiatria e ciências comportamentais no Centro Stanford para Ciências do Sono e Medicina. Se o cérebro dormindo for como uma orquestra, Pelayo disse, então a paralisia do sono é como o maestro agitando a batuta para parar a música — mas uma pessoa perde o sinal e continua tocando.