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Resumo dos principais tópicos:
- Estudo aponta presença de metais pesados em pós de proteína.
- Resultados positivos em proteínas vegetais, especialmente com chocolate.
- Especialistas alertam sobre a falta de metodologia nos estudos.
- Importância de uma dieta variada para minimizar riscos de metais.
- Dicas para escolher pós de proteína seguros.
Recentemente, um estudo provocou inquietação ao revelar que muitos pós de proteína contêm níveis de metais pesados acima dos limites estabelecidos pela Proposição 65 da Califórnia. A pesquisa, realizada pela Clean Label Project, testou 160 produtos do mercado, encontrando que cerca de 47% excederam os padrões de segurança para metais tóxicos. Os resultados indicaram que os pós de proteína de origem vegetal apresentavam, em média, três vezes mais chumbo do que os à base de soro do leite, e os sabores de chocolate tinham quatro vezes mais chumbo do que os de baunilha. Além disso, versões orgânicas apresentaram três vezes mais chumbo e o dobro de cádmio comparadas às não-orgânicas.
Embora esses dados possam ser alarmantes, é crucial compreender o contexto destes estudos. Conversamos com nutricionistas para entender melhor as descobertas e como selecionar um pó de proteína seguro.
O Estudo sobre Metais Pesados em Pós de Proteína
Confiar nos estudos pode ser complicado. A nutricionista esportiva Kelly Jones ressalta que este estudo não foi publicado em um periódico revisado por pares e não passou pela aprovação de um comitê de ética. Para ela, o fato de a Clean Label Project não ter divulgado quais produtos foram testados, mas recomendar apenas marcas que pagam pela certificação, faz com que ela não recomende que seus clientes se preocupem com essa pesquisa.
Outra nutricionista, Clara Nosek, aponta que a Clean Label Project não divulgou a metodologia utilizada nem um quociente de risco, que indicaria a quantidade de contaminante usada para avaliar os riscos à saúde. A falta de uma metodologia clara inviabiliza a reprodução dos resultados, levantando bandeiras vermelhas sob a perspectiva científica.
A expressão “a dose faz o veneno” resume a ideia de que é necessário um limite específico para considerar um ingrediente prejudicial. Apenas detectar a presença de um contaminante não implica risco imediato à saúde.
Nosek explica que “apenas porque um químico está presente, não significa que ele é prejudicial na quantidade detectada”. Além disso, o estudo não afirmou explicitamente se os níveis de metais pesados encontrados representavam riscos diretos à saúde, sugerindo uma manipulação emocional em seus resultados.
Um estudo sólido deve ser transparente quanto à metodologia, permitindo que outros compreendam como os dados foram obtidos. A revisão por pares é um processo rigoroso que garante que especialistas validem todas as informações antes da publicação em um periódico científico.
Se você quer saber se um estudo deve ser ou não confiável, aqui estão alguns pontos de alerta a serem observados:
- Artigos sensacionalistas: Focados em chamar atenção e provocar reações fortes.
- Marketing baseado no medo: Avalie se está tentando vender uma solução individualizada, desconsiderando questões sociais ou sistêmicas.
- Classificação de ingredientes como veneno: Precisam especificar a dosagem para essa afirmação ser válida.
Por Que Alguns Pós de Proteína Contêm Metais Pesados?
O estudo também observou que os pós de proteína à base de plantas apresentaram os maiores níveis de metais pesados, algo que pode ser explicado pelo conteúdo mineral do solo onde as plantas são cultivadas. Enquanto ervilhas verdes inteiras contêm menos metais, o isolado de proteína de ervilha também os tem.
A alta presença de metais pesados em sabores de chocolate pode ser atribuída ao cacau, que, sendo um ingrediente chave, também contém estes metais, resultando em pós de chocolate com maiores concentrações comparado aos não-chocolatados.
Para gerenciar a ingestão de metais, Jones recomenda uma dieta variada, de modo que quantidades mínimas sejam consumidas. Isso é especialmente relevante para aqueles que consomem pós de proteína vegetais diariamente. Ela sugere intercalar fontes de proteína, como mistura de ervilha, arroz integral e chia, ou trocar entre proteína de ervilha e soja.
Como Escolher um Pó de Proteína Seguro
Se a preocupação com a segurança dos pós de proteína persiste, há algumas informações a considerar. Jones aconselha buscar produtos regulados como alimentos, devido à rigidez das normas, ao contrário dos suplementos, que possuem um painel informativo diferente.
Atletas devem ter atenção extra para evitar substâncias proibidas. Quem compra pós de proteína classificados como suplementos deve se preocupar com certificações de terceiros que testem substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping. As etiquetas mais respeitáveis e recomendadas incluem Informed Sport e NSF Certified for Sport.
É essencial lembrar que os pós de proteína devem ser uma suplementação e não substituir a ingestão de proteínas, vitaminas e minerais vindos de alimentos inteiros. Escolha pós que você possa tolerar; se você tem estômago sensível, evite os que são isentos de açúcar ou com baixo teor de açúcar, pois costumam conter álcoois de açúcar que podem causar problemas gastrointestinais. Para quem é sensível à lactose, é importante evitar proteínas com esse componente.
Grávidas que costumam consumir shakes por motivos de paladar devem optar por pós com rótulo NSF ou outra certificação esportiva para garantir segurança adicional. Jones também recomenda que estas não contenham altos níveis de vitaminas e minerais que possam exceder os limites devido à ingestão de suplementos pré-natais.
Para veganos ou vegetarianos que querem incluir shakes de proteína em suas dietas, a nutricionista aconselha opções como soja, ervilha ou misturas proteicas. “Costumo recomendar pós de proteína à base de plantas da Orgain, pois são regulados como alimentos e contêm uma combinação de fontes de proteína”, sugere.
Caso busque uma proteína à base de soja ou ervilha, Jones gosta da NOW Foods, uma empresa familiar que prioriza a qualidade. “Eles são líderes em boas práticas de fabricação para suplementos, submetendo cada ingrediente a rigorosos testes”, explica ela.
Devo me Preocupar com Metais Pesados em pós de Proteína?
Os pós de proteína são projetados para complementar uma dieta equilibrada e saudável. Embora alguns possam conter metais pesados pela localização dos ingredientes, não há motivo para alarme. “Desde que o consumidor médio não esteja consumindo vários shakes de proteína ao dia, ter um shake para complementar a ingestão proteica em um contexto de dieta variada e densa em nutrientes é seguro”, afirma Nosek.
É crítico analisar dados de relatórios de saúde que aparentam ser alarmantes, quebrando a informação apresentada para entender se realmente há razão para preocupação. Em relação aos pós de proteína, confie em seu julgamento e prefira aqueles que passaram por testes independentes pela NSF ou outras certificações que garantam um lote seguro.
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