Secretário-geral da ONU rotula a humanidade como ‘o meteoro’ em discurso inflamado sobre o clima – The

  • O clima, como o conhecemos, pode estar no retrovisor
  • Houve nenhuma mudança para atingir a meta de temperatura global
  • Estamos correndo contra o tempo para evitar ultrapassar esse limite perigoso

O clima, como o conhecemos, pode estar no retrovisor e não há quase tempo suficiente para mudar o rumo antes de ultrapassarmos um limite perigoso para o aquecimento global. Essa foi a sensação expressa pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, durante comentários acalorados, que se seguiram aos novos dados divulgados hoje pela Organização Meteorológica Mundial e o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da Comissão Europeia. “Assim como o meteoro que exterminou os dinossauros, estamos tendo um impacto desproporcional. No caso do clima, não somos os dinossauros. Nós somos o meteoro”, disse Guterres no discurso que fez no Museu Americano de História Natural em Nova York – onde esqueletos de dinossauros se erguem sobre os visitantes no saguão – no Dia Mundial do Meio Ambiente hoje. “Não estamos apenas em perigo. Nós somos o perigo. Mas também somos a solução”, afirmou.

No mês passado foi oficialmente o maio mais quente da história, marcando 12 meses seguidos dos mais quentes já registrados. Vimos isso se desenrolar com ondas de calor recordes em todo o mundo e não há muito alívio à vista. Os legisladores e cientistas climáticos da ONU estão focados em um marco importante: o ponto em que as temperaturas médias globais são consistentemente 1,5 graus Celsius mais quentes do que eram antes da Revolução Industrial. Da meta mais ambiciosa do tratado de Paris é impedir o mundo de ultrapassar esse limite. Caso contrário, os efeitos das mudanças climáticas pioram marcadamente, ultrapassando potencialmente a capacidade do mundo de se adaptar.

Com um orçamento de carbono em declínio, as emissões globais de CO2 agora teriam que cair 9 por cento a cada ano nesta década para interromper o aquecimento global em 1,5 graus Celsius. Isso representa um mergulho maior na poluição do que o mundo experimentou em 2020, quando a pandemia de covid-19 reduziu a atividade econômica e reduziu as emissões de CO2 em mais de 5 por cento. As emissões teriam que cair para zero líquido até 2050. Guterres, pelo menos, ainda mantém a esperança de que os países possam mudar de rumo com uma guinada brusca em direção às energias renováveis. Afinal, fazendas solares e eólicas em terra já são a fonte mais barata de eletricidade para a maior parte do mundo.

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