A Tesla já foi acusada de exagerar a autonomia de seus veículos elétricos no passado, mas agora está enfrentando alegações de que está tentando minimizar reclamações sobre o desempenho. Fontes da Reuters afirmam que a Tesla tinha uma equipe secreta, chamada “Diversion Team”, na área de Las Vegas que tinha como objetivo cancelar nomeações de serviço relacionadas à autonomia. Se um cliente reclamasse que a autonomia não correspondia às reivindicações de marketing, os consultores da equipe diriam aos proprietários que as figuras de alcance da Environmental Protection Agency (EPA) eram apenas previsões e que a degradação da bateria reduziria o alcance.
O objetivo era economizar dinheiro (cerca de US$ 1.000 por nomeação, de acordo com gerentes) e reduzir a pressão sobre os centros de serviço, que já enfrentavam longas filas de espera para nomeações. A Tesla atualizou seu aplicativo móvel para remover as opções de nomeação para usuários que perguntavam sobre a autonomia e, em vez disso, deu a eles a escolha de pedir a um representante da empresa para ligar.
As reclamações não derivam de falhas técnicas, afirmam as fontes. Em vez disso, a Tesla supostamente começou a mexer nas estimativas de alcance há cerca de uma década para exagerar as figuras quando um veículo elétrico estava totalmente carregado. Os carros só começariam a mostrar números de alcance mais precisos abaixo de 50% de carga. A empresa também deu aos veículos uma margem de alcance de 15 milhas quando a estimativa chegava a zero, assim como os carros a combustão ainda têm combustível no tanque quando o medidor marca “vazio”.
Não se sabe ao certo se a Tesla continua a depender de código para exagerar a autonomia, se o relatório for preciso. A Tesla desfez sua equipe de relações públicas e não está disponível para comentários. No entanto, a empresa já enfrentou críticas e problemas legais devido a preocupações com a autonomia. A EPA pediu à Tesla para reduzir ligeiramente suas estimativas de alcance a partir do ano modelo de 2020 e a Coreia do Sul multou a Tesla em US$ 2,2 milhões em janeiro por supostamente não divulgar que a autonomia pode diminuir em clima frio.
A Tesla não está sozinha em exagerar a autonomia, mas pode ser pior do que a maioria. O órgão regulador SAE International recentemente publicou um estudo indicando que os veículos elétricos geralmente ficam 12,5% abaixo de sua autonomia oficial em condução em rodovias. Um dos coautores, Gregory Pannone, disse à Reuters que a queda da Tesla era muito mais alta, de 26%. Marcas como Ford, Mercedes e Porsche também oferecem estimativas mais conservadoras usando uma fórmula da EPA em vez de realizar testes extras.
A empresa de Elon Musk não está necessariamente trapaceando, como explica Pannone. Em vez disso, pode estar explorando os procedimentos de alcance da EPA mais agressivamente do que seus concorrentes. Se for verdade, no entanto, isso ainda é problemático para os compradores que podem nunca chegar perto da autonomia que esperavam.
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