Visa, MasterCard e American Express não violaram nenhum regulamento ao bloquear doações ao WikiLeaks.
As empresas de cartão de crédito que bloquearam o WikiLeaks há alguns anos não fizeram nada de errado, afirmou hoje a Comissão Europeia da União Europeia.
No ano passado, o portal de coleta de doações DataCell reclamou à comissão que era injusto para a MasterCard Europe, Visa Europe e American Express bloquear doações para o WikiLeaks. A DataCell fornecia serviços de gateway de pagamento ao WikiLeaks, aceitando doações para a controversa organização. Ela foi capaz de facilitar essas transações operando seu datacenter na Islândia – longe de olhos curiosos legais.
Em sua queixa, apresentada em julho de 2011, a DataCell disse que as empresas de cartão de crédito que bloquearam as doações do WikiLeaks em dezembro de 2010 violaram “as regras de concorrência da Comunidade Europeia”.
Falando à Reuters em uma entrevista publicada hoje, um porta-voz da comissão disse que a DataCell “não merece uma investigação mais aprofundada porque é improvável que qualquer violação das regras de concorrência da UE possa ser estabelecida”. O porta-voz disse que a decisão não era final e que a comissão daria à DataCell outra chance de apresentar seu caso.
O controverso WikiLeaks estava imerso em uma luta financeira com empresas de cartão de crédito em 2010, depois que a organização divulgou um tesouro de telegramas do Departamento de Estado dos EUA na Internet. Um bloqueio financeiro logo estourou, deixando o WikiLeaks com poucas e preciosas oportunidades de arrecadar dinheiro. A organização conta com apoiadores para manter seu funcionamento.
Não foi até julho deste ano que o WikiLeaks finalmente conseguiu aceitar doações de cartão de crédito. O “gateway de pagamento” foi fornecido pelo sistema de cartão de crédito francês Carte Bleue, que trabalha globalmente com o sistema Visa/MasterCard e contorna bloqueios típicos canalizando dinheiro por meio de seu próprio serviço.
O WikiLeaks respondeu à decisão da Comissão Europeia hoje, divulgando documentos que afirma “mostrar que políticos de extrema direita dos EUA estavam diretamente por trás do bloqueio bancário extrajudicial contra o WikiLeaks”.
Aqui está o que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse sobre o aparente vazamento: