Análise do Pixel 8 Pro: não é o telefone do Google que eu esperava que fosse

Aqui está a tradução do texto para português no format com parágrafos:
  • O Pixel 8 Pro teve problemas iniciais com a câmera, especialmente em situações de alto contraste, que foi replicado em vários aparelhos.
  • Google lançou uma atualização de câmera que corrigiu alguns dos problemas encontrados, mas não todos.
  • Após testes exaustivos, o Pixel 8 Pro oferece uma experiência sólida, embora não se destaque em nenhum ponto.
  • Tive começo conturbado com o Pixel 8 Pro, novo smartphone flagship da Google. Nos primeiros testes, encontrei problemas estranhos com a câmera, especialmente em situações de alto contraste, que pudemos replicar em múltiplos aparelhos. Foi o suficiente para eu adiar o veredicto final sobre o celular até realizarmos mais testes e conversarmos com a Google sobre a extensão desses problemas.

    Agora passei muitas horas com o Pixel 8 Pro, assim como meu colega Stephen Shankland nos EUA. A Google lançou uma atualização de câmera que corrige alguns (porém não todos) dos problemas encontrados. E após testes exaustivos do processador, bateria, tela e sistema de câmeras, finalmente estou pronto para dar minha conclusão.

    O Pixel 8 Pro é – rolando os tambores – razoável. Se parece anticlimático, é justamente o que traduz minhas próprias impressões sobre o Pixel 8 Pro. Os Pixel 7 Pro e 6 Pro foram smartphones excelentes, oferecendo sólido desempenho geral e excelentes câmeras. Eu dei a ambos o cobiçado prêmio Editors’ Choice da CNET. Como resultado, estava animado com o Pixel 8 Pro e com grandes expectativas do novo smartphone flagship da Google. Mas depois de tanto tempo de uso, fiquei desapontado. Não há nada drasticamente errado com o aparelho (excetuando alguns problemas de câmera que mencionarei mais tarde), mas ele simplesmente não se destaca de forma significativa.

    O Android 14 é a versão mais recente do sistema da Google. Algumas de suas principais novas funcionalidades, incluindo ferramentas de IA para criação de papéis de parede e edição de fotos, junto com um novo sensor de temperatura na parte traseira, funcionam razoavelmente bem. Porém, elas não trazem o suficiente para se destacarem como recursos matadores.

    Um dos principais pontos a favor do Pixel 8 Pro é a promessa da Google de sete anos de atualizações de software. Isso representa um grande salto em relação à oferta anterior da empresa, e muito mais do que a maioria dos outros fabricantes de Android oferece. Significa que o Pixel 8 Pro deve continuar rodando bem até 2030, o que poderia resultar em menos aparelhos no aterro sanitário.

    O processador do Pixel 8 Pro, o Tensor G3 feito pela própria Google, encontrei para ser decepcionante. Ele não impressionou em benchmarks, ficando mais próximo do desempenho de smartphones intermediários do que dos atuais rivais flagship. E embora benchmarks não contem a história completa, há áreas onde sinto falta de poder. O delay de 1 a 2 segundos ao tirar imagens raw de 50MP se dá pela quantidade de processamento necessária para salvar arquivos tão grandes. Um chip mais potente provavelmente não exigiria tal demora.

    Fisicamente, o Pixel 8 Pro se assemelha aos predecessores, com uma barra de câmeras grande na parte de trás. O vidro traseiro agora é fosco, ao invés de brilhante. Não é uma mudança significativa de design em relação ao modelo do ano passado, mas dá ao aparelho uma sensação mais suave ao segurar, sendo um pouco menos propenso a marcas de digitais. Eu não acho que o telefone parece tão premium ou elegante quanto um Pixel 7 Pro azul e dourado – pelo menos não a variante preta que testei, que, como a maioria dos smartphones pretos, parece sem graça e esquecível.

    A tela de 6,7 polegadas, do mesmo tamanho do Pixel 7 Pro, é gloriosa. É vibrante e nítida, fazendo justiça a qualquer vídeo colorido do YouTube ou Netflix assistido no ônibus. Suporta HDR e é brilhante o suficiente para ver ao ar livre, com taxa máxima de atualização de 120Hz para rolagem e games suaves.

    Uma mudança na parte traseira é um pequeno círculo ao lado do flash, abrigando um recurso totalmente novo: um sensor de temperatura. Isso permite medir a temperatura de objetos ou superfícies. É fácil de usar; basta abrir o app Temperatura e segurar o celular a cerca de 5cm do objeto, como se estivesse tirando uma foto de perto. Ao tocar na tela, fornecerá a leitura de quanto aquele objeto está quente. A ideia é poder usar para testar a temperatura de bebidas antes de tomar um gole grande, ou garantir que aquele pedaço de torta de pêssego não esteja mais quente que o sol antes de enfia-lo na boca e queimar a língua em brasa. Funcionou bem nos meus testes, mostrando com precisão razoável o aumento de temperatura no meu bule ao ferver água para um chá.

    Embora possa imaginar ser útil às vezes – pais poderiam usar para checar a temperatura da mamadeira de um bebê, por exemplo – acho que sua aplicação na vida real é limitada. Parece um recurso enfiado apenas para diferenciar do concorrente. É até incapaz de medir a temperatura corporal, embora a Google esteja trabalhando com a FDA americana para eventualmente poder ser usado para isso.

    Em geral, o desempenho da câmera do Pixel 8 Pro é sólido, e fico feliz por ter passado mais tempo testando após a atualização de software da Google. É capaz de capturar belas imagens com todas as lentes, e o modo noturno representa um grande avanço sobre o predecessor. Contudo, o processamento agressivo de imagem ainda é visível, e é provável que fotógrafos apaixonados sejam melhor atendidos pelo iPhone 15 Pro Max.

    A bateria de 5.050mAh dentro do Pixel 8 Pro tem um desempenho razoável nos vários testes de drenagem. Após uma hora de streaming de vídeo no YouTube no máximo brilho, a bateria caiu de 100% para 97%, o que é bom. Após a terceira hora, baixou para 84%, abaixo do que vimos dos iPhones 15, mas dentro do Galaxy S23. É um teste exigente, e no uso diário não deverá ter problemas para aguentar um dia inteiro de uso misto. Só saiba que passar horas assistindo vídeos ou jogando games pesados deixará pouca carga para chamar um táxi para casa após a noite.

    O principal concorrente do Pixel 8 Pro será o iPhone 15 Pro. Coletivamente, passamos muitas horas testando o Pixel 8 Pro, submetendo todos os seus recursos a provas e tirando centenas de fotos teste em todas as condições. Apesar das preocupações iniciais, estou confiante de que o Pixel 8 Pro é um smartphone sólido a se considerar, principalmente se gosta de fotografia noturna.

    Mas de forma geral não parece um salto em relação ao Pixel 7 Pro, que a Google ainda vendendo oficialmente por US$ 100 a menos. Não é grande diferença de preço, mas vale lembrar se quiser um bom todo-terreno por um desconto. Quem