China intensifica sua repressão a autoridades que usam iPhones
A China ampliou uma proibição no uso de iPhones e outros dispositivos importados por funcionários do governo, de acordo com The Wall Street Journal. Os funcionários públicos teriam sido informados em grupos de conversa e reuniões para não trazer dispositivos de marcas estrangeiras para o escritório ou usá-los para trabalho, de acordo com “pessoas familiarizadas com o assunto”. O objetivo é, supostamente, reduzir a dependência de tecnologia estrangeira e melhorar a segurança cibernética.
Se você está sentindo déjà vu, isso porque Pequim já havia colocado Apple e outras marcas estrangeiras na lista negra para departamentos governamentais, mais recentemente em 2019. Na época, o governo planejava substituir equipamentos ocidentais por alternativas locais ao longo de três anos. O objetivo era manter os dados dentro de suas fronteiras e garantir que a tecnologia fosse “segura” e “controlável”, tudo isso como parte da Lei de Segurança Cibernética da Internet da China de 2017.
A Apple conseguiu ficar de fora da proibição, provavelmente porque a Foxconn e outras fornecedoras no país empregam milhões de pessoas. A empresa também segue as leis chinesas, removendo milhares de aplicativos ilegais como VPNs. No entanto, ela é mais vulnerável do que outras companhias. Além da dependência na fabricação, a China responde por cerca de 19% da receita total da Apple.
Após proibições dos EUA contra a Huawei e outras empresas chinesas, Pequim replicou com um embargo semelhante à fabricante de chips Micron. A história teve um novo desdobramento no início desta semana, quando a empresa de eletrônicos chinesa Huawei lançou o smartphone Mate 60 Pro com chips de fabricação própria de 7 nanômetros que, segundo análises, se mostraram mais avançados do que o esperado. A China também revelou um fundo de US$ 40 bilhões para sua indústria de chips, em meio a contínuas sanções comerciais com os EUA.
A Tesla é outra empresa americana vulnerável a mudanças nas políticas da China. O país teria respondido por uma “grande fatia” de suas vendas no primeiro trimestre, sendo a única montadora estrangeira a ganhar participação de mercado no primeiro semestre de 2023. Recentemente, a China restringiu o uso de veículos Tesla por funcionários do Exército e das estatais, de acordo com matéria anterior do WSJ.
A Apple deve lançar o iPhone 15 em menos de uma semana, supostamente com bordas mais finas, estrutura de titânio, carregamento USB-C e mais recursos. A Apple não comentou esta reportagem, mas a Engadget entrou em contato com a empresa para comentários.