Empresa de frigideiras processada por alegar temperaturas que rivalizam com o Sol

  • A possibilidade de esquentar uma panela a 30.000 graus fahrenheit
  • Uma ação coletiva alega que a propaganda das panelas Ninja SharkNinja viola as leis da física e termodinâmica
  • O processo alega que é impossível fisicamente esquentar as panelas a essa temperatura
  • Essa é a questão central dessa proposta de ação coletiva, que alega que a propaganda para a coleção de panelas antiaderentes Ninja SharkNinja viola as leis da física e termodinâmica. Embora a SharkNinja seja conhecida pelos aspiradores robôs Shark e pelos eletrodomésticos da cozinha Ninja, essa ação judicial questiona a linha de panelas e frigideiras Ninja NeverStick Premium, que são anunciadas como tendo qualidades antiaderentes e antidescascantes superiores graças ao seu processo de fabricação.

    Ao invés de fabricar suas panelas a uma temperatura medíocre de 900 graus, usada por outras marcas, a SharkNinja diz aquecer as panelas a uma máxima de 30.000 graus Fahrenheit. Esse processo, de acordo com a SharkNinja, funde “partículas cerâmicas de plasma” na superfície da panela, “criando uma superfície extremamente dura e texturizada que se interliga com nosso revestimento exclusivo para uma união superior”.

    Patricia Brown, que moveu esta ação, no entanto, não acredita nisso. Conforme citado no processo de Brown, a NASA disse recentemente que a “superfície do Sol ferve a escaldantes 10.340 graus Fahrenheit”, o que significa que o processo de fabricação da SharkNinja atinge cerca de três vezes essa temperatura. Além disso, Brown argumenta que aquecer as panelas da SharkNinja a essa temperatura é uma “impossibilidade física”, dado que o alumínio se vaporiza em gás a 4.478 graus Fahrenheit.

    Enquanto as alegações da SharkNinja podem parecer exageradas, a empresa pode na verdade não estar mentindo. Um artigo antigo do The Washington Post descreve um processo de revestimento cerâmico semelhante ao anunciado pela SharkNinja: um mistura de titânio e cerâmica, tão quente (30.000 graus) que seus átomos são quebrados em uma nuvem de partículas carregadas (plasma), é disparado a velocidades supersônicas na superfície de uma panela de alumínio, onde se ancora diretamente no metal, formando uma superfície extremamente dura e à prova de riscos.

    A Verge entrou em contato com a SharkNinja para mais informações, mas ainda não obteve resposta. Ainda assim, Brown afirma que as alegações da SharkNinja “não passam de uma técnica de marketing glamorosa e enganosa” que convence os clientes a comprarem os produtos NeverStick, que são mais caros do que as panelas antiaderentes da concorrência, como a Farberware. Embora isso possa ser verdade, ainda gostaríamos de ouvir o lado da história da SharkNinja.

    #tecnologia #primeirapágina #política #notícias #tecnologia #lei #Ciência