O primeiro boletim de mudanças climáticas do mundo está disponível – The Verge

As nações do mundo precisam aumentar de forma séria suas ambições em energia limpa, pois o tempo está acabando para alcançar as metas do Acordo de Paris, de acordo com um novo relatório abrangente da Organização das Nações Unidas (ONU). É a primeira “Análise Global” do progresso de quase 200 países desde que adotaram o Acordo de Paris em 2015.

Pelo Acordo de Paris, os países se comprometeram a cortar suas emissões de gases de efeito estufa de forma a evitar mudanças climáticas extremas que possam dificultar a capacidade de adaptação da vida na Terra. O planeta já esquenta cerca de 1,2 graus Celsius desde a Revolução Industrial, o que já foi suficiente para causar eventos climáticos mais extremos, intensificar incêndios florestais e elevar o nível do mar o bastante para afastar comunidades costeiras de suas casas.

Para evitar que esses tipos de desastres piorem ainda mais, o Acordo de Paris busca limitar o aquecimento a aproximadamente 1,5 graus Celsius. Entretanto, o mundo já não tem muita margem de erro. Desde que adotaram o Acordo de Paris, o relatório diz que os países tomaram ações suficientes para reduzir levemente o aquecimento global. Porém, ainda há muito trabalho a ser feito, pois as emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo globalmente a cada ano.

Líderes mundiais se reunirão em novembro para discutir como aumentar as ambições climáticas durante a cúpula da ONU sobre o clima, que ocorre anualmente. Essa reunião será guiada em parte pelo relatório publicado hoje, resultado de dois anos de trabalho com contribuições de centenas de governos, cientistas e ativistas. Notavelmente, o relatório usa linguagem que ainda tenta incluir combustíveis fósseis em um futuro com energia limpa, permitindo algumas emissões caso uma quantidade igual de CO2 seja retirada da atmosfera.

“A prosa educada das Nações Unidas suaviza o que é realmente um relatório decepcionante para os esforços climáticos globais. Emissões de carbono? Ainda em ascensão”, disse Ani Dasgupta, presidente e CEO da organização não governamental World Resources Institute, em um comunicado por email. “Os líderes devem se unir atrás de um plano de ação que acelere as ações em um ritmo e profundidade nunca vistos antes. Passos críticos incluem migrar rapidamente dos combustíveis fósseis para energia renovável.”

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